Reza a história que, certo dia, a caminho da Batalha, a Rainha D. Leonor, há muito afligida por uma ferida que não sarava, terá aqui parado e confirmado as propaláveis maravilhas destas águas termais, mandando erguer, no ano seguinte, um Hospital.
Corria o século XV, e assim se apresenta, com toques de história de encantar, a fama de Caldas da Rainha, e a razão do seu nome.
O passar do tempo consolidou a vocação terapêutica desta localidade, e esta vocação fê-la crescer. D. Afonso VI foi responsável pela reconstrução e ampliação do hospital e a família real e a corte visitavam as Caldas anualmente. No século XIX, época áurea em toda a Europa para as estâncias termais, as Caldas não ficaram atrás dos destinos europeus mais reputados, sendo local de eleição da classe abastada.
No magnífico Parque D. Carlos I, no centro da cidade, descobre-se um jardim romântico com a mão de um caldense ilustre, o arquiteto Rodrigo Berquó, responsável pela revitalização do parque e a criação de um lago artificial e de alamedas arborizadas.
Considerado um dos
parques mais ricos em biodiversidade do país. No interior do Parque visita-se um dos
espaços museológicos de nota da cidade, o
Museu José Malhoa, que conserva uma importante
coleção de obras do célebre pintor também aqui nascido.
Este museu está instalado naquele que foi, na década de 40, o primeiro edifício criado de raiz com o propósito de albergar um museu em Portugal.
Falar das Caldas é falar de Bordalo, que aqui deixou uma influência duradoura. A
Fábrica de Faianças das Caldas da Rainha foi por ele criada, em
1884, com a ajuda de
Ramalho Ortigão, e tornou-se uma
referência a nível mundial e os seus objetos um
ícone da cultura portuguesa, presente em milhares de casas. Na
Casa Museu de São Rafael, pode visitar-se uma
exposição composta por
peças criadas na fábrica ao lado e ficar com uma ideia da
evolução da marca. E na
loja também nas imediações, podem
adquirir-se as coloridas loiças e cerâmicas.
No
coração da cidade, encontramos a
Praça da República, também conhecida como
Praça da Fruta.
Com inícios que remontam ao século XV, este colorido mercado ao ar livre é o único que, em território nacional, se realiza diariamente.
As fachadas românticas de azulejos circundam esta vibrante praça, que alberga ainda o histórico Café Central e a Capela de São Sebastião. Os interessados da Arte Nova, podem partir da praça para a Rua Dr. Miguel Bombarda, para poder apreciar mais exemplos deste movimento fazendo o Roteiro da Arte Nova.
Já os
amantes do ar livre, encontram na
Mata Rainha D. Leonor, criada para
proteger as nascentes de água termal que abasteciam o Hospital, um local repleto de
beleza natural, com as suas
árvores imponentes e
17 hectares de ar puro e caminhadas refrescantes.
Voltando à
gastronomia, esta apresenta
duas grandes características. Por um lado, a
riqueza da sua doçaria, que inclui a
influência conventual, da qual as
Trouxas das Caldas são exemplo, e as
Cavacas e os
Beijinhos. Por outro, a
riqueza marinha dos seus pratos típicos, pela
proximidade da Lagoa de Óbidos, que se mostra nas
caldeiradas, no
ensopado de enguia e nos
mariscos.