Aveiro

No lugar onde a terra encontra o mar e se transforma em Ria há um universo de histórias, sabores e tradições, trazidas até hoje pelas memórias das suas gentes.

No lugar onde a terra encontra o mar e se transforma em Ria há um universo de estórias, sabores e tradições, trazidas até hoje pelas memórias das suas gentes.

Da viagem pelos onze municípios da Região de Aveiro poderá, por isso, esperar um equilíbrio singular entre a natureza e a urbanidade, entre o património histórico e a cultura popular, ou mesmo entre os sabores salgados do mar e da ria e os irresistíveis doces herdados de saberes-fazer seculares. Deixe-se embalar pelos moliceiros, perca-se nos museus, apaixone-se pelos parques, lagoas e paisagens que nos tiram o fôlego…

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Aveiro é uma cidade na costa oeste portuguesa fundada junto a uma laguna conhecida como Ria de Aveiro. Distingue-se pelos seus canais navegados por barcos coloridos (barcos moliceiros), tradicionalmente utilizados para a colheita de algas. Não muito longe do centro, conhecida pelos edifícios de estilo art nouveau, encontra-se a Sé de Aveiro, com o seu proeminente campanário. O Museu de Aveiro, situado num antigo convento, possui um túmulo extravagante fabricado em mármore. 

Área: 199,9 km²
Feriado municipal: 12 de maio (Santa Joana Princesa)
População: 80 978 hab. (2021)


Se a presença humana em Aveiro remonta, pelo menos, à Pré-História, evidente nas mamoas e dólmens existentes não só no concelho como em toda a região, o seu grande desenvolvimento surgiria em período histórico.

Desde sempre ligada a atividades económicas, Aveiro teve na produção do sal e no comércio naval as suas mais valias.

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Valioso como bem de troca, o sal, provavelmente já explorado em tempos romanos, está comprovado documentalmente a partir de 959, no testamento da Condessa Mumadona Dias ao Cenóbio [mosteiro] de Guimarães.

Foi nesse mesmo testamento que surgiu a mais antiga forma que se conhece do topónimo Aveiro, em que Mumadona Dias doa, em testamento, toda a região ao mosteiro de Guimarães "Suis terras in Alauario et Salinas".

Nos inícios do século XV, a edificação de um pano de muralhas em torno do núcleo urbano espelha o prestígio e crescimento que Aveiro teria alcançado. Posteriormente instalar-se-iam as instituições religiosas e assistenciais que, durante séculos, dariam fulgor à urbe ajudando-a a ultrapassar os momentos menos bons vividos, nos séculos XVII e XVIII, com o progressivo assoreamento da barra. Será a abertura artificial desta, concretizada em 1808, que devolverá, paulatinamente, o dinamismo a Aveiro, marcando o início de uma nova época.

A preponderância de imóveis dos séculos XIX e XX reflete bem essa fase, revelando também o desejo de acompanhar o gosto da época, evidente na decoração com apontamentos Arte Nova de alguns edifícios, repetidos noutros locais da região, ou nas linhas depuradas de uma Art Déco e de um Modernismo impulsionado pelo Estado Novo. Hoje o desafio está no campus universitário, palco de atuação dos grandes arquitetos nacionais.

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Paredes meias com o progresso, subsiste a tradição em algumas vivências etnográficas, bem como na arquitetura do meio rural da região, onde se fundem várias vertentes da construção tradicional portuguesa materializadas na casa gandaresa. Aveiro conserva também no Alboi e, em particular, no bairro da Beira Mar casas térreas revestidas a azulejo, testemunhos vivos de antigos marnotos [salineiros] e pescadores fiéis devotos de S. Gonçalinho e S. Roque.

À sua frente, a Ria com toda a beleza da sua paisagem mesclada de ilhotas e esteiros a fervilhar biodiversidade.

Depois, o cordão dunar de S. Jacinto com a sua reserva, santuário da natureza, e a pequena povoação marcada pela faina lagunar, pela arte xávega e pela longínqua pesca do bacalhau nos mares frios da Terra Nova.

A preponderância da indústria cerâmica na região não é, apenas, um reflexo dos avanços tecnológicos, resultando antes de uma longa tradição produtiva favorecida pela constituição geológica da região e que remonta, pelo menos, ao período tardo-romano/medieval como o evidenciam os fornos cerâmicos de Eixo.

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Hoje, região em franco crescimento económico, consegue aliar os testemunhos do passado às exigências atuais, envolvendo a Universidade de Aveiro, num caminho para o desenvolvimento sustentável que garantirá o futuro.

Em Aveiro poderá praticar diversos desportos e desenvolver várias atividades.

Por exemplo, no CAR Surf de São Jacinto, inaugurado a 25 de junho de 2016, o Centro de Alto Rendimento de Surf (CAR Surf), recebeu já o European Tour Bodyboard 2017, o Campeonato Nacional de Longboard e Stand Up Paddle (SUP) em 2017 e 2018 e a Reunião do Comité Executivo da Federação Europeia de Surf, em Dezembro 2017.

As ondas da reserva natural de São Jacinto reúnem as condições ideais para a prática desportiva, e são vários os atletas de elite que utilizam as instalações do CAR para o treino das modalidades de Surf, Bodyboard e Longboard, SUP e SUP wave.


Algumas datas importantes:

Século X
959

1ª referência a Aveiro em testamento que a Condessa Mumadona Dias, viúva do Conde Hermenegildo, senhora de grande nobreza e muito rica de bens e virtudes, fez ao Mosteiro de Guimarães a 26 de janeiro de 959. Entre as propriedades legadas, referem-se as terras "in Alauario et salinas que ibidem comparauimus".
 
Século XII
1187 | Doação de Aveiro por D.Sancho I a sua irmã D. Urraca Afonso.

Século XIII
Aveiro é elevada a Vila.

Século XIV
1361 | “A 29 de maio de 1361, nas cartas de Elvas, os procuradores de Aveiro pediram a liberdade de fazer o sal que pudessem, abrigando-se a legislação contrária. Mais tarde, a 17 de janeiro de 1434, El-Rei D. Duarte haveria de confirmar e outorgar aos pescadores de Aveiro todos os seus privilégios, foros, liberdades, graças, mercês e bons costumes, que sempre usaram e costumaram.”

1372 | “A 14 de abril de 1372, num documento assinado em Avelar, D. Fernando fazia a D. Leonor Teles livre e pura doação, entre vivos, da vila com seu termo e porto de mar e com todas as suas dízimas e portagens, tributos reais, direitos e pertenças dela, e ainda com o padroado das igrejas, entradas e saídas, montes, fontes, rios, ribeiras e pescarias.”

Século XV
1418

Após um devastador incêndio, e por iniciativa de D.João I, a vila foi reconstruída e cercada de muralhas  (esta fortaleza vem a ser destruída no século XIX, sendo parte das pedras utilizadas na construção dos molhes da barra nova).

1434 | D. Duarte concedia o privilégio «ao concelho da vila de Aveiro para aí fazerem uma feira cada ano, que começará no primeiro de maio e durará até ao dia de S. Miguel (8 de maio), que são oito dias»; e «os que a ela vierem comprar e vender pagarão só meia sisa». Feira esta que prevaleceu até aos dias de hoje, mas que entretanto mudou para o mês de março.

1485 | D. João II, doou a vila à irmã, a Infante D. Joana, recolhida no Mosteiro de Jesus, de Aveiro. A doação foi em 1485, conservando a donatária o senhorio até à sua morte, ocorrida cinco anos após a doação, a 12 de maio de 1490. A estada da Infanta chamou a atenção para a vila e favoreceu o seu desenvolvimento. Por esta altura a vila já se estendia para fora das muralhas: na margem norte do canal surge a chamada Vila Nova, onde se fixava a classe marítima e a burguesia, gente dedicada às atividades marítimas, mercantis e piscatórias – os cagaréus. A sul da Porta da Vila formava-se outro aglomerado habitacional, constituído pelas pessoas que se ocupavam da cultura das quintas e dos campos – os ceboleiros - era o Cimo de Vila. A ocidente, surgiu ainda um outro bairro, nascido junto de uma represa de águas paradas e barrentas, ao qual foi talvez dado, por razão da vizinhança do pântano, o nome de Alavô ou Alabó – o Alboi dos nossos dias. A zona muralhada, era a tradicional e a nobre.

Século XVI
1515 | 4 de agosto é a data do foral concedido por D. Manuel I à vila de Aveiro, que consta do Livro de Leituras Novas de Forais de Estremadura.

Século XVIII
1759 | D. José I eleva Aveiro a cidade.

1774 | A pedido de D. José I, o Papa Clemente XIV instituiu uma nova diocese com sede em Aveiro.

Século XIX
A cidade vai ocupar a linha da frente das lutas liberais com personalidades como José Estêvão Coelho de Magalhães a destacarem-se pela sua atividade. Este parlamentar desempenhou ainda um papel determinante no que respeita à fixação da atual barra e no desenvolvimento dos transportes, sobretudo, a passagem da linha de caminho de ferro Lisboa-Porto.

1808 | 3 de abril, abertura artificial da Barra de Aveiro por Reinaldo Oudinot e Luís Gomes Carvalho

1828 | Mártires da Liberdade – participação de aveirenses na Revolta do Porto em defesa do Liberalismo tendo sido mortos em 1829. Em 1866 tem lugar a trasladação das suas cabeças para o Cemitério Central.

1835 | Reorganização administrativa da Cidade em duas paróquias: Glória e Vera Cruz.

1836 | Extinção dos concelhos de Esgueira e de Aradas e sua anexação ao concelho de Aveiro.

1849 | Criação da freguesia de Santo António de Oliveirinha, desanexada do Concelho de Eixo.

1853 | Extinção do Concelho de Eixo e sua anexação ao concelho de Aveiro.

1855 | Lugar de São Jacinto é anexado à Freguesia da Vera Cruz.

1864 | Inauguração da estação de caminhos de ferro de Aveiro.

1882 | Extinção da Diocese de Aveiro pelo Papa Leão XIII.

Século XX
1914 | Abertura da Linha férrea do Vale do Vouga.

1918 | Instalação da base de hidroaviões em São Jacinto e início de construção da Avenida Central, atual Avenida Dr. Lourenço Peixinho. A obra ficou concluída na década de trinta.

1938 | Restauração da Diocese de Aveiro, instalando-se a Sé na Igreja do Antigo Convento dominicano de Nossa Senhora da Misericórdia e tendo D. João Evangelista Lima Vidal como primeiro Bispo.

1955 | Criação da Freguesia de São Jacinto.

1959 | Comemorações do Milenário de Aveiro.

1965 | Princesa Santa Joana constituída oficialmente como padroeira da Cidade e da Diocese de Aveiro.

1973 | Congresso da Oposição Democrática.

1978 | 12 de Maio instituído como Dia do Município.

1984 | Criação da Freguesia de Santa Joana.

1985 | Criação da Freguesia de Nossa Senhora de Fátima.

Século XXI
2016 | Implementação do PEDUCA.

2021 | Candidatura de Aveiro a capital Europeia da Cultura.

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