O rio Nabão é um rio português afluente do rio Zêzere que passa na cidade de Tomar. Nasce no concelho de Ansião, no lugar dos Olhos de Água, com uma altitude de 205m e a ele junta-se, a cerca de 10 km de Tomar, a nascente do Agroal, já no concelho de Ourém. O rio Nabão desagua na margem direita do rio Zêzere, depois de um percurso de 61,47 km.
O seu nome romano era Nabanus.
Na Idade Média este rio era conhecido também como Tomar ou Thomar e na parte superior era denominado Tomarel. Documentos do século XII atribuídos ao Bispo de Lisboa, D. Gilberto, referem-se a um "Portus de Thomar", na definição dos limites territoriais do Castelo de Cera. Do contexto compreende-se que esta referência corresponde a uma travessia (Portus) de um curso de água, situada provavelmente entre Formigais e Rio de Couros. Em 1542 o "Tombo dos Bens e Direitos da Mesa Mestral", com data de 6 de Maio, por Pedro Álvares, é perfeitamente claro relativamente a esta designação de rio Tomar, ainda em uso na época.
Amorim Rosa fala de registos históricos de grandes cheias em 1550, na segunda metade do século XVII, no final do século XVIII, em 1852 e em 1909.
Manifestação contra o desvio do rio nabão (1962)
Ao longo do curso do rio foram instalados equipamentos de captação e tratamento de água, tendo em vista o abastecimento do concelho de Tomar.
A 29 de outubro de 1962 realizou-se em Tomar a maior manifestação de sempre. Estava em causa o desvio do rio Nabão, na nascente do Agroal, para Ourém com o objetivo de abastecer de água Fátima.
O povo de Tomar juntou-se e saiu à rua para dar conta do seu descontentamento em relação a esse projeto do governo. A manifestação, à qual se juntaram autarcas e dirigentes, encheu a Praça da República, a Corredoura e outras ruas nas proximidades. Perante tantos protestos, o governo não teve outro remédio senão deixar cair o projeto.
De montante para jusante, encontramos a ponte do Prado que se encontra antes da cidade de Tomar e o açude do Flecheiro, já na cidade.
O rio Nabão ao atravessar o Maciço Calcário Estremenho num vale profundo e cavado, apresenta a parte do seu percurso mais natural e quase sem marcas da presença humana (com exceção da antiga Fábrica de Papel de Porto de Cavaleiros, abandonada) e cada vez mais procurada para atividades de turismo da natureza como caminhadas, canoagem, espeleologia e escalada.
Os principais pontos singulares desse percurso são:
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Nascente da Fonte Grande de Formigais;
- Foz da ribeira da Sabacheira;
- Parque Natureza do Agroal;
- Passadiço do Agroal;
- Nascente e praia fluvial do Agroal;
- Captação água Mendacha
- Nascentes e praia da Mendacha;
- Porto de Cavaleiros (açude da fábrica);
- Grutas e praia das Lapas;
- Praia fluvial do Sobreirinho;
- Praia fluvial da Fonte do Caldeirão;
- Açude de Pedra e Vala da Fábrica de Fiação;